Dia Mundial da Amazônia: “pulmão do mundo” apela por preservação
por Redação EcoD
O 5 de setembro marca o Dia Mundial da Amazônia, data escolhida por ter sido nesse dia, em 1850, que a Lei n° 582 criou a Província do Amazonas, separando a região da então Província do Pará. Trata-se da maior floresta tropical úmida do planeta, com cerca de 5,5 milhões de quilômetros quadrados (km²) distribuídos por nove países: Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.
Mais de 3 milhões da área total da floresta encontram-se em território brasileiro. Foto: Elton Melo
Mais de 3 milhões dessa área estão em território brasileiro, nos estados de Amazonas, Rondônia, Roraima, Mato Grosso, Tocantins, Amapá, Acre, Pará e parte do Maranhão. A Floresta Amazônica é o bioma mais extenso do mundo e ocupa metade do Brasil. A região é composta por uma biodiversidade única, distribuída por diversos tipos de ecossistemas.
Biodiversidade e extensão do bioma têm proporções gigantescas. Foto: Mário Franca/Amazônia Eterna
A Amazônia conta com 40 mil espécies de plantas catalogadas, mas a biodiversidade é tanta, que milhares de espécies sequer foram reconhecidas. Também é neste bioma que encontramos a maior variedade de aves, primatas, roedores, répteis, insetos e peixes de água doce do planeta. Para se ter uma ideia, um quarto da população de macacos do mundo está na Amazônia. Além dos primatas, são mais de 300 espécies de mamíferos, como a onça-pintada, a ariranha e o bicho preguiça. A floresta abriga cerca de 3 mil espécies diferentes. A região também é rica em peixes ornamentais, que são comercializados para ser criados em aquários.
“Pulmão do mundo”

A importância da Floresta Amazônica vai muito além dos países nos quais ela está inserida geograficamente, segundo especialistas. Entre as razões-chave para o mundo todo preservá-la, destacam-se as seguintes:
* A região amazônica deverá agir como um “ponto de inflexão” para o clima global. Segundo estudo divulgado em fevereiro de 2010 por cientistas da Universidade de Oxford, do Instituto Potsdam e de outros centros de pesquisa, a Floresta Amazônica é a segunda área do planeta mais vulnerável à mudança climática depois do Oceano Ártico. A ideia central é que o aumento do desmate deve gerar um ciclo vicioso: a grande redução na área da floresta geraria um aumento significativo nas emissões de CO2, que por sua vez elevariam as temperaturas globais, que assim causariam secas.
Situação atual: A Floresta Amazônica está distribuída em diversos tipos de ecossistemas, de florestas fechadas de terra firme, com árvores com 30 a 60 metros de altura, às várzeas ribeirinhas, dos campos aos igarapés. Devido a essa riqueza e biodiversidade, o extrativismo vegetal tornou-se a principal atividade econômica da região, e também o principal foco de disputa entre nativos, governo e indústrias nacionais e internacionais. Ao todo, são mais de 200 espécies diferentes de árvores por hectare que são foco direto do desmatamento, principalmente as madeiras nobres, como o mogno e o pau-brasil
| Foto de Mário Franca/Amazônia Eterna |
Países amazônicos e Rio+20


Representantes dos sete países membros da região amazônica estiveram reunidos, no dia 1º de setembro, a fim de estabelecerem entendimentos para fechar uma posição a ser levada à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que será realizada em junho de 2012, no Rio de Janeiro.
O encontro em Brasília também serviu para definir uma pauta comum de cooperação pela preservação do bioma. Promovida pela Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), a reunião de coordenação da agenda ambiental objetivou a troca de experiências e intercâmbio entre as diferentes políticas para o setor.
Os países amazônicos aprovaram uma recomendação em prol do engajamento dos estados integrantes da OTCA na preparação da Rio+20. Para o diretor do Departamento de Articulação de Ações para a Amazônia, Mauro Pires, que abriu o encontro, “a ideia é buscar o alinhamento das distintas agendas ambientais dos países que fazem parte da Amazônia”. O secretário geral da OTCA, Embaixador Alexandro Gordilho, ressaltou a importância de sistematizar as informações e os mecanismos de coordenação das autoridades de meio ambiente do tratado.
*publicado originalmente no site EcoD./ENVOLVERDE
Helibrás-Produção de Helicópteros nacionais somente em 2020!
O processo de transferência de tecnologia para a produção do EC-725, na fábrica da Helibras em Itajubá – MG, vai permitir que a empresa, até 2020, adquira o know-how necessário para conceber, projetar e produzir um helicóptero no Brasil.
Esta informação foi transmitida pelo presidente da Helibras Eduardo Marson Ferreira, durante seminário sobre a Estratégia Nacional de Defesa realizado esta semana em São Paulo.
Entrevista com o Presidente da Helibrás feita em 2010
Ele revelou que as cláusulas sobre a existência de um conteúdo nacional de 50% existentes no contrato com o Ministério de Defesa para a compra de 50 aeronaves EC725, destinadas às Forças Armadas e já em execução, garantirão a capacitação da empresa brasileira – uma subsidiária do grupo Eurocopter.
“Desde o início deste programa o presidente do grupo, Lutz Bertling, já anunciava, durante uma visita ao Brasil, que a Helibras iria se transformar no quarto pilar de produção da Eurocopter, o que significa ter a capacidade de criar e produzir helicópteros para o mercado mundial”, lembra Marson Ferreira.
Implantação avançada
O programa de produção dos helicópteros militares – e, em conseqüência, de sua versão civil, chamada EC225 e utilizada no transporte offshore, entre o continente e as plataformas de petróleo, por exemplo, já está em andamento.
Como previsto desde o início, a produção das primeiras aeronaves foi realizada na França, com acompanhamento de engenheiros e técnicos militares e civis brasileiros.
A implantação das estruturas necessárias no Brasil por técnicos franceses e a capacitação no Brasil e na França dos funcionários da Helibras que produzirão as aeronaves no país, com a contratação de engenheiros (40 até o momento) e mecânicos brasileiros, já aconteceu.
E a contratação de fornecedores nacionais, escolhidos para desenvolver as várias tecnologias utilizadas nesse tipo de helicóptero, também já está sendo realizada.
Uma nova fábrica está em fase de construção, em Itajubá – MG, com sua conclusão prevista para o final deste ano e, no total, a empresa passou de 300 empregados em 2009, quando o contrato de € 1,8 bilhão foi assinado, para 560 atualmente, devendo chegar a 1.000 até 2015.
Além disso, outros conhecimentos vêm sendo adquiridos através de certificações para a realização de grandes manutenções, que também é um estágio necessário à capacitação tecnológica, incluindo-se a homologação de fornecedores brasileiros de ferramentais e serviços.
Quando todo este programa de transferência de tecnologia estiver implantado e as aeronaves militares EC725 (e sua versão civil EC225) estiverem sendo produzidas em solo brasileiro, a Helibras terá condições de definir o tipo de aeronave a ser projetada e desenvolvida no país, considerando seus objetivos de colocar o produto nos mercados não apenas do Brasil ou da América Latina, mas de todo o mundo.
Uma garantia adicional para que esse objetivo venha a ser atingido está no próprio acompanhamento da implantação de todas as etapas do projeto de produção dos helicópteros EC725 e do processo de transferência de tecnologia, feito pelos Ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, da Defesa e das três Forças Armadas.
Fonte:Cavok/fotos:mundoaero.blogspot.com;aereo.jor.br;fotos.sapo.pt;
basemilitar.com.br;Cavok;
viacomercial.com.br/vídeos:armyreco;SantaCatarinaBR4SIL-via:Youtube.com
basemilitar.com.br;Cavok;
viacomercial.com.br/vídeos:armyreco;SantaCatarinaBR4SIL-via:Youtube.com
A GRANDE TRAGÉDIA - ATO II - A "FINEST HOUR" DE BRIZOLA
Com a renúncia de Jânio Quadros, os ministros militares - marechal Odilo Denys (Guerra) brigadeiro Grün Moss (Aeronáutica) e almirante Sílvio Heck (Marinha)- se opuseram à posse do vice-presidente constitucional, João Goulart, do PTB, sob a alegação de que ele era “comunista”. Jango fora eleito com Jânio porque, à época, a legislação permitia a eleição de presidente e vice-presidente de coligações diferentes.
| Brizola com metralhadora em punho |
Mas o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, insistiu na necessidade de se cumprir a Constituição a qualquer custo. Entrincheirou-se no Palácio do Piratini (sede do governo gaúcho) e, em 27 de agosto de 1961, requisitou os transmissores da Rádio Guaíba, de Porto Alegre, e formou a “Cadeia da Legalidade”, uma rede de rádios gaúchas que, a partir do porão do Palácio, conclamava o povo a ir às ruas a fim de dar o seu apoio à normalidade constitucional.

De Porto Alegre, através das ondas médias e curtas do rádio, Brizola fazia pronunciamentos a todo país, conclamando o povo a defender a legalidade. Em seguida, as demais emissoras de Porto Alegre e as emissores do interior do Estado, uniram-se à Guaíba, formando a grande Rede da Legalidade, que chegou a ter 104 emissoras em cadeia em todo o país.
De Porto Alegre, através das ondas médias e curtas do rádio, Brizola fazia pronunciamentos a todo país, conclamando o povo a defender a legalidade. Em seguida, as demais emissoras de Porto Alegre e as emissores do interior do Estado, uniram-se à Guaíba, formando a grande Rede da Legalidade, que chegou a ter 104 emissoras em cadeia em todo o país.
As tropas da Brigada Militar – a Polícia Militar gaúcha – foram colocadas em estado de alerta para defender o Palácio e armou-se o clima de guerra civil. O Brasil dividiu-se; de um lado estavam os legalistas, mobilizados por Brizola e apoiados por parte considerável da sociedade civil; do outro, os golpistas militares e seus aliados na UDN. Os ministros militares ordenaram às tropas federais que invadissem o Rio Grande do Sul; houve deslocamento de tropas e navios de guerra e até uma tentativa de bombardear o palácio, que foi abortada por sargentos da Base Aérea de Porto Alegre.
![]() |
| Brizola no Palácio |
![]() |
| Brizola e o general Machadco Lopes, do III Exército |
O general Machado Lopes, comandante do III Exército, com controle sobre os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, recusou-se a obedecer às ordens do marechal Denys e declarou seu apoio ao movimento da legalidade. Seu gesto provocou um racha nas Forças Armadas e foi decisivo para o fracasso da tentativa golpista, pois à época o III Exército era a tropa mais poderosa do Brasil. O governador de Goiás, Mauro Borges, também aderiu ao movimento e mobilizou o estado em defesa da legalidade. As tropas federais ocuparam Anápolis, a 48 km de Goiânia.
Enquanto isso, no Congresso, políticos se mobilizavam para debelar a crise. Entre eles, estava Tancredo Neves, hábil parlamentar mineiro que tinha livre trânsito entre as partes conflitantes. Ele tinha sido ministro da Justiça de Getúlio Vargas, em 1954 e, embora conservador, era comprometido com a democracia. Chegou-se a um consenso para garantir a posse de Jango e “salvar a honra” dos golpistas com a aprovação do parlamentarismo, que reduzia os poderes do presidente.
Por meio da emenda constitucional nº 4, aprovada em 2 de setembro de 1961, alterava-se o regime republicano brasileiro. João Goulart foi informado que poderia ser empossado desde que aceitasse dividir o poder executivo com um primeiro-ministro indicado pelo Congresso.
O vice-presidente, que estava retornando ao Brasil via Uruguai, concordou com a proposta para evitar derramamento de sangue. Voou então de Porto Alegre para Brasília para assumir um cargo com poderes reduzidos. Tomou posse no Congresso Nacional no dia 7 de setembro de 1961. Tancredo Neves foi seu primeiro primeiro-ministro. O parlamentarismo seria derrubado em 1963, por meio de um plebiscito.
![]() |
| Jango toma posse |
A Cadeia da Legalidade foi um dos momentos mais dramáticos e mais belos da resistência democrática no Brasil. Estranhamente, o movimento é completamente ignorado pela grande mídia – certamente por causa do protagonismo de Leonel Brizola. Esta foi, sem dúvida, sua finest hour.
PT SURPREENDE COM BANDEIRAS DE LUTA E BUSCA UNIFICAÇÃO
Aparentemente o PT busca retomar a iniciativa política e abrir perspectivas estratégicas para a sua atuação vindoura. Pelo menos é o que se conclui ao verificar o conteúdo do texto-base de sua resolução política que será debatida a partir de hoje no 4º congresso nacional em Brasília e que reunirá 1.350 delegados.
O texto defende a extinção do senado no âmbito da reforma política.Independente da concordância com a proposta, o que chama a atenção é que o partido busca unificar uma posição da bancada, a partir do congresso e priorizar o debate da reforma política. “A única legitimidade, no limite, defensável da existência do Senado brasileiro é a sua participação em decisões de caráter nitidamente federativo, função que poderia ser alternativamente cumprida por uma exigência de critérios especiais para aprovação de leis de nítido caráter federativo em um sistema unicameral”, diz o texto inicial sistematizado pelo presidente Rui Falcão.
O congresso deve estabelecer uma espécie de plataforma de lutas em número de 13, que seriam objeto de mobilização junto à sociedade brasileira e seriam encaminhadas na forma de projetos de iniciativa popular.
Os temas seriam os seguintes: reforma política; participação popular em todos os governos do país por meio de conferências e orçamentos participativos; regulação dos meios de comunicação; combate à corrupção e aumento das penas aos corruptos e corruptores;regulação do capital financeiro e redução da autonomia do Banco Central;reforma tributária progressiva; duplicação em 10 anos dos orçamentos da educação, saúde, esporte, cultura e assistência social;contrato coletivo de trabalho e fim do imposto sindical;regulação da atividade econômica com base na preservação ambiental;políticas de quotas para negros em concursos públicos; Universalização do acesso a creches em 10 anos
O congresso deve estabelecer uma espécie de plataforma de lutas em número de 13, que seriam objeto de mobilização junto à sociedade brasileira e seriam encaminhadas na forma de projetos de iniciativa popular.
Os temas seriam os seguintes: reforma política; participação popular em todos os governos do país por meio de conferências e orçamentos participativos; regulação dos meios de comunicação; combate à corrupção e aumento das penas aos corruptos e corruptores;regulação do capital financeiro e redução da autonomia do Banco Central;reforma tributária progressiva; duplicação em 10 anos dos orçamentos da educação, saúde, esporte, cultura e assistência social;contrato coletivo de trabalho e fim do imposto sindical;regulação da atividade econômica com base na preservação ambiental;políticas de quotas para negros em concursos públicos; Universalização do acesso a creches em 10 anos
Demonstrações de que o partido está buscando a ofensiva política são as declarações recentes de que não irá aceitar que a oposição apoiada pela mídia conservadora, busque tomar para si a bandeira da ética, apoiando a dita “faxina” do governo Dilma. O partido afirma que o Governo Lula caracterizou-se pelo combate à corrupção e que esta é a mesma postura da atual presidenta.
Mesmo sem ser resolutivo, o conteúdo do documento é um bom sinal e o que se espera de uma organização histórica e importante da luta dos trabalhadores que ainda tem um papel importante a cumprir neste ciclo de nossa história, na busca de um novo projeto de desenvolvimento para o Brasil.
A MORTE DE UM SOBREVIVENTE DOS CAMPOS ASSASSINOS
Morreu hoje aos 66 anos o proeminente pintor cambojano Vann Nath, um dos sete sobreviventes da prisão secreta do Khmer Vermelho conhecida como S-21, onde 14 mil homens, mulheres e crianças foram torturados e executados durante o regime de Pol Pot no Camboja (1975-1979).
Inspirado da Revolução Cultural chinesa, o Khmer Vermelho queria transformar o Camboja numa sociedade comunista agrária, acabando com a vida nas cidades, a moeda, o mercado e todo ranço atividade considerada “capitalista” – qualquer pessoa que tivesse algum nível de educação era suspeita de ser "burguesa".
A habilidade de Nath como artista salvou-lhe a vida, porque seu carcereiros puseram-no para trabalhar na escultura e em pinturas do ditador Pol Pot.
Ele foi libertado em 1979, quando o regime do Khmer Vermelho foi derrubado pelas tropas do Vietnã. Nath voltaria a trabalhar na S-21 quando a prisão secreta foi transformada em museu do genocídio. Suas pinturas retratam cenas que ele testemunhou no campo.
.
O pintor lutou incansavelmente para que se fizesse justiça às vítimas do regime de Pol Pot. Entre 2001 e 2002 ele trabalhou com o cineasta Rithy Panh Camboja no making of do documentário The Khmer Rouge Killing Machine, que reuniu ex-prisioneiros e ex-guardas do campo de concentração conhecido como Choeung Ek.
O trabalho de Vann Nath (na foto,mapa do Camboja feito de crânios) foi premiado em vários países e ele realizou exposições em todo o mundo. Em 1998 publicou o livro A Cambodian Prison Portrait: One Year in the Khmer Rouge's S-21, narrando sua experiência como prisioneiro dos Killing Fields. A distopia assassina do Khmer foi responsável pela morte de cerca 1,5 milhão de pessoas, 1/4 da população do Camboja de então.
Entre 1975 e 1979, em nome de uma sociedade rural absolutamente igualitária, sem família, sem propriedade privada nem religião, sem moeda nem mercado, os Khmer Vermelho, liderados por Pol-Pot e inspirados na revolução cultural de Mao Tsé-tung, tomaram o poder no Camboja, separando os familiares (a família não representava o ideal coletiva do regime) e forçando as pessoas das cidades (fonte de todo o mal burguês) em direção ao campo para se re-educarem com os camponeses e realizarem trabalhos forçados em plantações de arroz. A moeda do Camboja foi extinta assim como o mercado e as pessoas mais inteligentes do pais como professores, médicos, engenheiros (que simbolizavam o capitalismo), foram executadas. Qualquer atitude ou característica que lembrasse o capitalismo (como saber falar uma língua estrangeira, ou mesmo usar óculos) era motivo para execução. A maioria das escolas e todas as bibliotecas foram destruídas em nome de uma sociedade igualitária.
Em 1979, destruído economicamente, o Camboja atacou o Vietnam. Tropas do Vietnam invadiram o Camboja e depuseram o horrendo regime dos Khmer Vermelho. Em 4 anos, de uma população de 8 milhões de pessoas, 1.8 milhões de pessoas morreram de fome, doenças, trabalhos forçados e execuções, no que foi o maior genocídio em percentual de mortos do século XX
Pol Pot, líder dos Khmer Vermelho superou Hitler, Stalin, Mao Tse-tung em percentual de mortos.
Pol Pot morreu em 1998 sem ter sido julgado por seus crimes contra humanidade.
No dia 17 de abril de 1975, os membros do Khmer Vermelho ocuparam Phnom Penh sem resistência e em poucas horas esvaziaram completamente a cidade, em um primeiro ato de um regime de terror que duraria quatro anos e deixaria quase de dois milhões de mortos.
Em um dia, os quase dois milhões de habitantes da capital foram obrigados a partir para os campos, por 'alguns dias', segundo os membros do Khmer Vermelho, para se proteger de bombardeios americanos que nunca aconteceram. A Angkar, "a Organização" dirigida por Pol Pot - com Nuon Chea, Khieu Samphan, Ieng Sary, Son Sen e Ta Mok - aplicou uma ideologia ultranacionalista e comunista extremista, de orientação maoísta.
Por isso, os membros do Khmer Vermelho, cujos chefes se formaram no estrangeiro, sobretudo na França, impuseram progressivamente a eliminação da família, a abolição da religião e do dinheiro.
Segundo eles, era um meio de criar um homem novo em uma sociedade rural absolutamente igualitária.
Em nome de uma utopia agrária, a população passa fome e explora todo povo em trabalhos forçados para produzir arroz e construir gigantescas obras.
Aqueles que não se submetiam às ordens do poder central eram torturados, executados, deportados ou postos sob uma vigilância rígida e a uma depuração étnica ou ideológica, no caso de vietnamitas, chineses ou muçulmanos. Em três anos, oito meses e 20 dias, quase dois milhões de cambojanos morreram sob a tortura, a fome, doenças em geral, esgotamento ou por punições no interior do regime.
No final de 1978, 50 mil soldados vietnamitas invadiram o Camboja depois de uma série de ataques do Khmer Vermelho contra o território do Vietnã, derrubando um regime minado por lutas internas e deserção em massa.
Nesta época, começa a se conhecer a magnitude do genocídio e das atrocidades cometidas pelo regime de Pol Pot.
Caveiras expostas em um dos inúmeros centros de extermínio
Carrasco do genocídio cambojano lembra a barbárie do Khmer Vermelho – Reportagem do Jornal El Pais
http://blog.controversia.com. br/2007/11/21...khmer-vermelho/
No centro de Phnom Penh, onde morreram mais de 14 mil pessoas nas mãos de uma tirania obcecada pela espionagem estrangeira e o inimigo interno, disposta a tudo para criar uma sociedade doutrinada e arrozeira, sem propriedade privada nem religião, sem moeda nem mercado, com a família e a individualidade estatizadas e um ordenamento aberrante.
Aquela loucura, da qual o Camboja ainda convalesce, é única na história da humanidade: 30% dos 12 milhões de cambojanos sofrem de estresse pós-traumático e 40% de ansiedade e pesadelos, segundo um estudo médico.
Caveiras expostas na prisão S-21
Logo após a revolução, começou a transferência forçada das cidades para o campo, porque para Pol Pot a cidade era a fonte de todo o mal. Os cambojanos deveriam eliminar os vícios "burgueses" e se reeducar com as massas camponesas, como ensinava o não menos ditador da China, Mao Tsé-tung. As primeiras medidas: a moeda local foi abolida, bibliotecas foram transformadas em chiqueiros e intelectuais, profissionais liberais eram sumariamente executados. Calcula-se que 15 mil dos 20 mil professores do país foram mortos, assim como 90% dos monges budistas e um em cada cinco médicos.
Covas coletivas no Camboja
Um de seus investigadores, Meng Try Ea, falou com um grupo do Khmer Vermelho para conhecer a filosofia punitiva do regime. “A colheita, por exemplo, era uma luta de classes, uma luta entre revolução e contra-revolução”, segundo lhe explicaram. O furto de um quilo de arroz comunitário podia custar a vida do desesperado, como cúmplice do boicote inimigo; a perda de uma ferramenta de trabalho podia acarretar a morte e um golpe de vara no búfalo do arado, o espancamento de quem o fizesse.
O regime dos khmer vermelhos matou o seu povo à fome, por doença, por exaustão ou por execução sumária, em nome de uma utopia que só podia ser uma miragem: uma sociedade onde não havia lugar para dinheiro, nem escolas, onde as cidades eram despejadas para encher os terrenos agrícolas.
.Quando os khmer vermelhos ocuparam o Camboja, Sinal tinha 13 anos (agora tem 47). “A minha família vivia em Siem Reap [no Centro] e eles obrigaram-nos a deixar a cidade. Todas as pessoas da minha família foram forçadas a trabalhar no campo, das 5h00 às 18h00. Recolhiam estrume de animais para fazer compostagem”. Em troca, recebiam “uma pequena quantidade de comida, só para o almoço e o jantar”. O fato de muitas das vítimas do regime terem morrido por subnutrição ou falta de cuidados de saúde é um dos argumentos usados pela defesa de que não houve genocídio. “Nessa altura, as crianças ficavam num centro, não iam para a escola, não estavam autorizadas a ver os pais nem os familiares todos os dias”, continua Sinal Peanh.
“Os khmer vermelhos treinavam as crianças para controlar os pais e outras pessoas, e se houvesse alguma coisa errada tinha que se lhes dizer. Vi muita gente morrer, incluindo os meus pais, com a cabeça cortada por um machado. Eles mandavam as crianças fazer uma cova e enterrar o cadáver.” À noite cantavam-se músicas de louvor a Pol Pot. Não foram só os seus pais, foram também os três irmãos que morreram. Salvou-se ele e a avó. Terminado o terror, Sinal Peanh vendeu bolos e massas para sobreviver. “Não tinha nem tempo nem dinheiro para estudar. E por isso decidi ir para a Tailândia”. Foi lá, na “Escola Católica na Zona 2 do campo de refugiados”, que, durante três anos, aprendeu “inglês e cuidados de saúde.”
No meio de um historia de atrocidades, Sophal Mar diz ter sido uma pessoa de sorte. Os seus pais viviam em Phnom Penh, a capital, quando os khmer vermelhos os mandaram ir para o campo, só com o necessário para “dois ou três dias”. Ou seja, sem nada.
A mãe foi para o Norte, o pai para o Sul, com os cinco irmãos e duas irmãs de Sophal.
“Phnom Penh tornou-se uma cidade-fantasma. Ninguém tinha autorização para viver na capital. Não havia nada a funcionar, escolas, lojas, nada.” Ele nasceria dois anos depois. Todos sobreviveram, exceto o avô, “que foi morto, não sei porquê.”
Caveiras expostas na prisão S-21
Marcadores:
ONU anuncia tribunal para julgar líderes do Khmer Vermelho
Ex-dirigente do Khmer Vermelho é detido no Camboja
Camboja prende 2º na hierarquia do Khmer Vermelho
2009 - Começa julgamento histórico dos lideres do Khmer Vermelho
Camboja inicia nesta terça primeiro julgamento de ex-líder do Khmer Vermelho
Camboja julga ex-líder do Khmer Vermelho por crimes contra a humanidade
Duch, que se converteu ao cristianismo, disse estar arrependido. "Eu peço pelo seu perdão, eu peço pelo seu perdão", disse, segundo o seu advogado francês, Francois Roux.
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
JOAQUIM BARBOSA O MINISTRO QUE INCOMODA OS PODEROSOS DA REPÚBLICA
Joaquim Barbosa diz que só deixa STF aos 70 anos ou morto
Ao regressar ao Supremo Tribunal Federal na quarta-feira 31, depois de mais de dois meses de licença, o ministro Joaquim Barbosa, 56 anos, convocou assessores para uma conversa importante em seu gabinete. Na reunião de mais de duas horas de duração, o ministro manifestou um grande aborrecimento. Não bastasse ter perdido relatorias de processos rumorosos, afirmou ter percebido no tribunal um ambiente envenenado, principalmente por rumores sobre sua aposentadoria precoce.
Disse enxergar uma “conspiração” para mandá-lo de vez para casa. Nos diálogos reservados, Barbosa desabafou: “Isso acontece com quem incomoda.” Aos que desejam vê-lo fora do Supremo, no entanto, Barbosa foi taxativo. Nas mesmas conversas particulares, o ministro garantiu que não tem intenção de se aposentar. Foi além. Disse que vai transformar o seu gabinete num bunker de resistência.“Só saio do Supremo antes dos 70 anos se eu morrer!”, afirmou, referindo-se à idade limite para todos os servidores públicos.
Quem conhece Barbosa sabe o que o move. Filho de um pedreiro com uma dona de casa, ele passou a sustentar a mãe e seus sete irmãos aos 16 anos, quando o pai foi embora. Deixou no passado seus dias de auxiliar gráfico para se tornar um dos 11 membros da mais alta Corte da Justiça brasileira. Hoje, Barbosa tem nas mãos uma das principais relatorias do STF, que trata do mensalão do PT, e prevê que, apesar das dificuldades, seu parecer estará pronto no início de 2012. Ele suspeita que talvez seja exatamente esse o motivo da boataria a seu respeito. O próprio ministro considera que estão criando pretexto para retirar do caminho “quem não agrada”.

A pressão para que Barbosa deixe o cargo é imensa. Mesmo que velada. Os outros ministros reclamam pelos corredores e dizem estar sobrecarregados com a doença do colega, que durante a licença ficou de fora da distribuição dos processos com pedidos de liminar. Os mais prejudicados seriam Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. Além disso, depois que a ministra Ellen Gracie se aposentou, no início de agosto, o STF passou a contar com apenas nove ministros. E, embora tenha voltado a despachar no seu gabinete e a trabalhar em seus processos, ele avisou ao presidente Cezar Peluso que não tem data certa para participar das sessões plenárias. “São exaustivas e demoradas num momento delicado do meu pós-operatório”, explicou aos demais ministros. Pelo quórum reduzido, não será possível votar processos polêmicos no plenário, como a constitucionalidade das cotas raciais e a possibilidade de aborto dos anencéfalos. Apenas quando a presidente Dilma Rousseff indicar a sucessora de Ellen Gracie, os temas mais polêmicos poderão voltar à pauta.
Outra frente de ataque contra Barbosa parte de advogados de clientes de peso. O advogado José Eduardo Alckmin – representante de Jader Barbalho e Cássio Cunha Lima – chegou a requerer a substituição de Barbosa da relatoria para que seus clientes pudessem assumir os mandatos no Senado o mais rapidamente possível. Os réus do mensalão também reclamam que o processo está atrasado. Temem que o julgamento às vésperas das eleições municipais os prejudique.

O ministro já se afastou do STF por 138 dias desde dezembro de 2009 para se tratar dos problemas de coluna. Seus desafetos dizem que, caso os pedidos de licença somem 180 dias, ele será obrigado a passar por perícia médica e se aposentar. “É uma bobagem sem precedentes”, reagiu Barbosa quando soube da intriga. De fato, o cargo de titular do STF é regulamentado pela Constituição e o ministro só é forçado a sair em três casos: aos 70 anos, por crime, se condenado pelo Supremo, ou se sofrer impeachment do Senado. Por isso, doa a quem doer, Joaquim Barbosa garante que fica.
| O Advogado de Jader Barbalho desejava ardentemente o afastamento do ministro |
A pressão para que Barbosa deixe o cargo é imensa. Mesmo que velada. Os outros ministros reclamam pelos corredores e dizem estar sobrecarregados com a doença do colega, que durante a licença ficou de fora da distribuição dos processos com pedidos de liminar. Os mais prejudicados seriam Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. Além disso, depois que a ministra Ellen Gracie se aposentou, no início de agosto, o STF passou a contar com apenas nove ministros. E, embora tenha voltado a despachar no seu gabinete e a trabalhar em seus processos, ele avisou ao presidente Cezar Peluso que não tem data certa para participar das sessões plenárias. “São exaustivas e demoradas num momento delicado do meu pós-operatório”, explicou aos demais ministros. Pelo quórum reduzido, não será possível votar processos polêmicos no plenário, como a constitucionalidade das cotas raciais e a possibilidade de aborto dos anencéfalos. Apenas quando a presidente Dilma Rousseff indicar a sucessora de Ellen Gracie, os temas mais polêmicos poderão voltar à pauta.
Outra frente de ataque contra Barbosa parte de advogados de clientes de peso. O advogado José Eduardo Alckmin – representante de Jader Barbalho e Cássio Cunha Lima – chegou a requerer a substituição de Barbosa da relatoria para que seus clientes pudessem assumir os mandatos no Senado o mais rapidamente possível. Os réus do mensalão também reclamam que o processo está atrasado. Temem que o julgamento às vésperas das eleições municipais os prejudique.
O ministro já se afastou do STF por 138 dias desde dezembro de 2009 para se tratar dos problemas de coluna. Seus desafetos dizem que, caso os pedidos de licença somem 180 dias, ele será obrigado a passar por perícia médica e se aposentar. “É uma bobagem sem precedentes”, reagiu Barbosa quando soube da intriga. De fato, o cargo de titular do STF é regulamentado pela Constituição e o ministro só é forçado a sair em três casos: aos 70 anos, por crime, se condenado pelo Supremo, ou se sofrer impeachment do Senado. Por isso, doa a quem doer, Joaquim Barbosa garante que fica.
Istoé
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Estudo revela ocupação de áreas desmatadas da Amazônia
Pesquisa divulgada hoje pelo Insituto Nacional de Pesquisas Espaciais e pela Empresa Brasileira de Agropecuária revela como é o processo de ocupação das áreas desmatadas da Amazônia.
A área do estudo abrange os nove estados da Amazônia Legal e analisa os dados do desmatamento, entre os anos de 2007 e 2008. Segundo o estudo do Inpe e da Embrapa foram desmatados um total de 719.210 quilometros quadrados de floresta - uma área quase três vezes o tamanho do estado de São Paulo.
Pelo menos 70% do desmatamento da floresta, foram destinados aos pastos. Entretanto, o levantamento aponta que essas áreas correspondem a 62,2%, entre pastos limpos, pastos sujos e pastagens abandonadas. O estudo, que utilizou uma nova metodologia, mostrou também o potencial de regeneração da floresta degradada.
Segundo o sistema que foi lançado nesta sexta-feira, existem 150.815 quilômetros quadrados de matas secundárias que, se permanecerem intactas, podem recuperar a biodiversidade natural. O tamanho equivale a sete vezes a área do estado do Sergipe.
Além de combater a degradação dessas áreas, um dos objetivos, do Ministério do Meio Ambiente é criar políticias públicas para uso dessas pastagens abandonadas, que representam 48 mil quilômetros quadrados.
A área do estudo abrange os nove estados da Amazônia Legal e analisa os dados do desmatamento, entre os anos de 2007 e 2008. Segundo o estudo do Inpe e da Embrapa foram desmatados um total de 719.210 quilometros quadrados de floresta - uma área quase três vezes o tamanho do estado de São Paulo.
Pelo menos 70% do desmatamento da floresta, foram destinados aos pastos. Entretanto, o levantamento aponta que essas áreas correspondem a 62,2%, entre pastos limpos, pastos sujos e pastagens abandonadas. O estudo, que utilizou uma nova metodologia, mostrou também o potencial de regeneração da floresta degradada.
Segundo o sistema que foi lançado nesta sexta-feira, existem 150.815 quilômetros quadrados de matas secundárias que, se permanecerem intactas, podem recuperar a biodiversidade natural. O tamanho equivale a sete vezes a área do estado do Sergipe.
Além de combater a degradação dessas áreas, um dos objetivos, do Ministério do Meio Ambiente é criar políticias públicas para uso dessas pastagens abandonadas, que representam 48 mil quilômetros quadrados.







Nenhum comentário:
Postar um comentário